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janeiro 26, 2021

POR AÍ ALÉM

 


POR AÍ ALÉM 
(Carlos Drummond de Andrade)

 Deixa um momento o asfalto, 
vem comigo, entre jogos de sombra e claridade 
conhecer a cintura da cidade. 

 Respira a plenitude do silêncio 
destes montes e montes sucessivos 
que ignoram a dor dos seres vivos.

 Mergulha no mistério vegetal 
da mata exuberante, onde as lianas 
e as bromélias se calam, soberanas.

 E na imobilidade do saveiro
 diante da igrejinha, vai sentindo 
o que é doçura e paz na hora fluindo.

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