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junho 02, 2011

SONETO EM AMARELO



Deixo-te a fragrância da erva-doce,
As sílabas aladas de um poema,
O conforto seco de uma novena;
Deixo-te tudo que comigo eu trouxe.

Quando nas tuas ideias flutuantes,
Vires minha silhueta no orvalho
Ou na grandiosidade de um carvalho,
Estarei no amor que tu me abranges.

Da ausência que me faz presente em ti,
Florescem surrealismos de Dali
Nos canteiros áuricos de Van Gogh.

Naquela tarde, adiante de um iogue,
Serei eu a retornar sobre os raios de sol,
Silenciosa tal qual um caracol.

(Luciene Lima Prado)

Tristes Memórias


A minha voz não te toca...emudeceu
Sinto a melancolia... de ti...em mim
Nos olhos o vazio...que nos meus esmoreceu
Calados e distantes...vivemos assim

No teu silêncio... és noite fechada
És...estás distante...o amor morreu
Nem te apercebes que sou noite cerrada
Vivi em ti...hoje em mim...a solidão cresceu

Memórias antigas...perdidas no tempo
Nas palavras esquecidas...na boca calada
Sou corpo ausente...fantasma no vento
Nos sentires da saudade...sou vida acabada

Sou vazio...sou silêncio...sombra triste
Sou resto de ti...que ficou em mim
Nesta angustia...que no meu peito resiste
Caminho sem volta... horizonte sem fim

Na fronteira da memória...palavras por dizer
Paro o tempo...no despontar da aurora
Esqueço o pensamento...na raíz do querer
Traços de desgosto...dor que me apavora

Sou alma só...escrevo a vida em verso
Abismo na morte...no abandono de ti
No passar do tempo...nas rimas que esqueço
Nas lágrimas que choro...choro por mim


Sonhadora