Se eu te fosse falar...
(Rogério Camargo)
Se eu te fosse falar da minha vida
não falava metade do que posso.
No jogo entre a chegada e a partida,
sobra sempre o que é meu e não é nosso.
Sangrando o coração de uma ferida
que meus orgulhos erguem do destroço,
eu vou e sei que vou e minha ida
não é uma amargura que eu adoço.
Coloco os pés no chão e eles me doem
porque devem doer e são leais
à lei que os faz e fez e continua.
Coloco a mão nas nuvens e elas moem
com a delicadeza das vestais
qualquer riqueza em mim que seja tua.
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