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março 08, 2009

EPITÁFIO

EPITÁFIO
(Genaura Tormin)

Um dia terei de viajar!
Restarão um lugar vazio,
E um silêncio à tua volta...
O meu corpo faltará na tua cama...
Como legado,
Deixo o meu coração,
No alfabeto da intuição.

No mapa da existência,
Estarão os meus rastros
Impregnados na estrada,
Que juntos percorremos.
Caí muitas vezes,
E se venci,
É porque segui as tuas pegadas.

Tu me amparaste
Quando as forças me faltaram.
Quero te ver sempre sorrindo,
Para sorrir contigo.
Ainda que a dor fira teu peito,
Guarda-me na saudade!

Ama-me no silêncio das madrugadas,
Na brisa que te afaga o rosto,
No solfejo do vento,
No refrulho da cascata,
No primeiro raio de sol...
Somos almas gêmeas.
Estaremos juntos na eternidade.

SOMOS IRMÃOS

SOMOS IRMÃOS
(Genaura Tormin)

Meu Deus,
Por que o mundo não prospera
No amor, na fraternidade, na compaixão,
Para reinar paz e alegria,
Pois somos todos irmãos.

Não há maturidade!
Tanta guerra, tanta desventura...
Os valores sendo preteridos
E o ser humano perdendo a ternura.

A cibernética avançou,
A globalização trouxe progresso...
Mas o que estamos fazendo,
Em valores morais,
Para melhorar o Universo?

Cultivemos a alegria,
O amor, a paz e a verdade.
Estampemos o sorriso,
O afeto, a solidariedade,
Transmitindo esses valores,
Em busca da felicidade.

Somos o princípio da semeadura!
Façamos nossa parte,
Inda que seja pequena.
O importante é começar!
Outros nos seguirão.
A colheita vingará,
Melhorando a Nação!

ASAS


ASAS
(Genaura Tormin)

Asas do vento,
Asas do meu tempo,
Asas da alma!

Asas!
As minhas asas!!
Para que vos quero?
Para alar meu corpo,
Banir amarras,
Soltar os laços,
Singrar outros mares,
Vencer percalços,
Alcançar o sol!

Mesmo que sejam de cera
As minhas asas,
Quero tentar, enfrentar...
Quero todas as asas
Para o amor aconchegar.

Preciso navegar,
Cavalgar o tempo,
Ser pássaro,
Ser sonho,
Ser sentimento...
Quero carpir
A vida em versos,
Deixar o casulo,
Ser dona do universo!

MEUS PÉS

MEUS PÉS
(Genaura Tormin)

Antes eram andejos,
Faceiros, travessos.
Cheios de trejeitos dançarinos.
Um belo dia,
Cansaram-se das travessuras.
Recolheram-se à clausura.

Quietos, inertes,
Dormem tranquilos.
Com graça e beleza,
Enfeitam-me a silhueta.
Ainda calçam sandálias,
Sapatinhos, tênis
E até um saltinho.

Meus pés!
Fico contente por tê-los,
Vê-los juntinhos, bem tratados.
Unhas feitas, meias finas...
Às vezes acho-os sensuais...

Ainda cruzo as pernas,
Numa postura elegante.
As mãos são cúmplices
E dividem tarefas,
Permitindo que se exibam inteiros,
Felizes.

Ah, meus pés!
Como vocês cresceram,
Agigantando o meu coração,
A capacidade de pensar grande,
Seguir em frente e caminhar com a mente
Leve, livre e solta.

SAUDADE


SAUDADE
(Genaura Tormin)

Um dia,
Matarei esta saudade danada,
Agarrada ao meu coração.

Um dia,
Decretarei o seu despejo
E pintarei de branco
As paredes deste avesso.

Abrirei portas e janelas,
Voltarei a fazer versos,
Porei flor nos cabelos,
E batom vermelho,
Para atrair
A musa desta saudade.

ALMAS GÊMEAS

ALMAS GÊMEAS
(Genaura Tormin)

De quantas existências
Somam o nosso passado,
Nesse amor cumpliciado
No vagar do tempo?

Já fomos namorados,
Amigos, parceiros, ferrenhos desafetos.
Enfrentamos tantas dificuldades,
Tantos desafios,
Na busca da eterna felicidade.

Já foste meu pai,
Meu algoz, meu patrão,
Meu capataz,
E até meu irmão.

Em todas as existências
Lá estávamos nós juntinhos,
Aparando arestas,
Consertando falhas,
Assimilando lições
Para assumirmos outras missões.

Já fui tua mãe,
Tua professora,
Tua empregada,
Tua prisioneira...
Já fui tua amante apaixonada.

As experiências foram se somando,
Para nos fazer crescer.
Foste o meu guia,
Pois cega, eu já vim um dia.

Foste meu médico, meu enfermeiro
Cuidadoso e paciente,
Quando numa dessas existências,
Aqui cheguei Deficiente.

Somos almas gêmeas!
Eis-me de novo ao teu lado
Em busca de mais um aprendizado.

O AMOR ARQUEJA NO TEMPO

O AMOR ARQUEJA NO TEMPO
(Genaura Tormin)

A inteireza da felicidade,
Essa pulsão incontrolável,
Consome-me aos poucos.
Envolta em mistérios,
Quero um amor romântico,
Mesclado de paixão,
No enlevo de saudades.

A transcendência
Ficou no passado.
O pranto, o encontro,
Em bites mascarados,
Não têm o mesmo encanto.

Os elos se partiram.
Não há ancoradouro,
Apenas uma amplidão a ermo...
Perdeu-se a unidade
Em aventuras passageiras.
Em cacos,
O amor arqueja
Na enfermidade do tempo.

MULHER

MULHER
(Genaura Tormin)

Na faceirice do encanto,
A mulher guarda
A garra de uma heroína,
O dom de uma artista,
A sensibilidade de uma poeta,
A graça de uma ninfa...
Compartilha,
Vence preconceitos...
Transpõe obstáculos,
E transforma o mundo.

E a mulher que embala o berço,
É a mesma que empunha armas
E em defesa batalha;
É a mesma que constrói,
Julga, ordena, perdoa,
Homologa, sanciona e determina.

Ao lado do homem,
Feito asas de um pássaro,
A mulher promove a harmonia,
O equilíbrio, a unidade.
Espalha amor, alegria,
Fazendo a vida melhor.

ATO DE AMOR


ATO DE AMOR
(Genaura Tormin)

Doar, doar-se,
Compartilhar, solidarizar-se!
Eis um sentimento em defesa do amor.
Doar enobrece,
Faz crescer o doador.

Não percam oportunidades:
Doem órgãos,
Façam felicidade.
Renovem um coração cansado;
Devolvam luz a olhos que não mais enxergam
A beleza do mar, do amor,
Da chuva, dos prados, da flor,
Da lua matreira numa noite fria.

Doem a pele, os rins, os ossos,
Até os pequenos fragmentos,
Pois servirão de alento
Aos centros de pesquisas,
Para novos antídotos,
Novas descobertas
Em prol da humanidade.

E o resto,
Quando nada mais tiver serventia,
Que seja deixado num lugar tranqüilo,
Sob a terra pura, o último exílio,
Sem concreto, sem luxúria, sem rebeldia,
Debaixo de um ipê florido,
Tendo um riacho por companhia.

Quem sabe, ainda esses rejeitos
Fecundarão a terra,
Fazendo brotar pequenas flores,
Para aninhar os pássaros cantores
No entardecer.

Despojado das vestes de carne,
O espírito agradecido alçará vôo,
Misturando-se ao infinito,
Planando sobre a terra.

CÚMPLICES


CÚMPLICES
(Genaura Tormin)

Sócios somos
A cada amanhecer,
A cada noite que se finda,
Adormecida no emaranhado
De nossas alegrias
Pela jornada da vida.

Nem sei quantas luas se passaram,
Nem por quantos verões
Dividimos o mesmo leito.
Mas posso dizer que o coração
Ainda se encanta no peito.

Deciframos os hieróglifos,
Os teoremas,
Estampados em cada sorriso,
Em cada olhar.
Fabricamos o nosso jeito de amar.
Somos cúmplices!
A interação dispensa o linguajar.

GOIÂNIA É O MEU LUGAR



GOIÂNIA É O MEU LUGAR
(Genaura Tormin)

Minha cidade, Goiânia,
Esculpida no meio do cerrado,
Entre montanhas e vales,
Na região do planalto,
No centro de Goiás,
No coração do Brasil.
Cidadã do mundo,
Goiânia é varonil.


Sua gente é solidária, hospitaleira,
De sorriso franco, alegria brejeira,
Que cultiva o afeto, a cordialidade...
Por isso tem todas as idades,
Todos os sotaques e naturalidades.
O Brasil inteiro se encontra aqui,
Onde a esperança se multiplica
Num crescimento harmônico,
Com todas as vocações de progresso.


A biosfera se debulha em festa
E o céu de nuvens viajeiras,
À noite, veste-se de estrelas,
Para colorir os sonhos dessa gente guerreira,
Desse povo feliz, entusiasmado,
Que mostra a sua cara na economia,
Na arquitetura, no esporte,
Na gastronomia,
Nas ciências médicas,
No lazer e nas artes.


Aqui, filosofa-se a natureza,
Com amplas avenidas arborizadas
De ipês floridos, palmeiras imperiais,
Flamboyants e flores de mais.
Uma “cidade jardim”!
Lagos e chafarizes enfeitam-se de sorrisos,
Onde crianças brincam ao vento,
Num clima ameno e saudável.
A qualidade de vida é marco de felicidade.
A ordem aqui é AMAR!

Essa é a minha cidade,
O meu lugar!