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junho 19, 2015
DESMERECIDA
DESMERECIDA
(Rogério Camargo)
Era uma flor tão simples, coitadinha,
que até nem merecia, lá pensava,
com seus botões, enquanto abotoava
a timidez com que de longe vinha,
nem merecia o olhar de quem notava
presença dela longe da rainha,
da rosa esplendorosa que reinava
feito o jardim nada além dela tinha.
Era uma flor que se acanhava inteira
e se do sol não toda se escondia
era porque morrer não gostaria.
Passei por ela e, não por brincadeira,
sorri-lhe o que melhor sorrir consigo,
que é quando o lá de fora está comigo.
OS CAVALOS DO TEMPO
OS CAVALOS DO TEMPO
Os cavalos do Tempo são de vento.
Têm músculos de vento,
nervos de vento, patas de vento, crinas de vento.
Perenemente em surda galopada,
passam brancos e puros
por estradas de sonho e esquecimento.
Os cavalos do Tempo vão correndo,
vêm correndo de origens insondáveis,
e a um abismo absoluto vão rumando.
Passam puros e brancos, livres, límpidos,
No indescontínuo, imemorial esforço.
Ah! São o eterno atravessando o efêmero:
levam sombras divinas sobre o dorso...
Tasso da Silveira
In: 'Regresso à Origem'
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