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junho 19, 2015
DESMERECIDA
DESMERECIDA
(Rogério Camargo)
Era uma flor tão simples, coitadinha,
que até nem merecia, lá pensava,
com seus botões, enquanto abotoava
a timidez com que de longe vinha,
nem merecia o olhar de quem notava
presença dela longe da rainha,
da rosa esplendorosa que reinava
feito o jardim nada além dela tinha.
Era uma flor que se acanhava inteira
e se do sol não toda se escondia
era porque morrer não gostaria.
Passei por ela e, não por brincadeira,
sorri-lhe o que melhor sorrir consigo,
que é quando o lá de fora está comigo.
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