![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha9hB0Xf55raj7W-IXSDJZsc1MIY38zWRwcAwstimUEgD92-3r5n-3uJWhKwXykMSCbBZ0mTl2h_Ntyi_JC71d35NCq4WwpPDKzHboEclbiY165rXgFLf9_7r-36LheaUvCXVdBQgMkTAr/s512/1233056013ewRDUlJ.jpg)
Canto Esponjoso
Bela
esta manhã sem carência de mito,
E mel sorvido sem blasfémia.
Bela
esta manhã ou outra possível,
esta vida ou outra invenção,
sem, na sombra, fantasmas.
Humidade de areia adere ao pé.
Engulo o mar, que me engole.
Calvas, curvos pensamentos, matizes da luz
azul
completa
sobre formas constituídas.
Bela
a passagem do corpo, sua fusão
no corpo geral do mundo.
Vontade de cantar. Mas tão absoluta
que me calo, repleto.
Carlos Drummond de Andrade