Saudade
Uma sentença existe, e que não muda:
Persiste o arraigado mais profundo
Que o amor é cego e que a saudade é muda.
Passam-se os tempos e evolui a vida.
Há inovações e toda lei se estuda;
Ninguém remove a instigação antiga
Que o amor é cego e que a saudade é muda.
...
Talvez se ame a quem não deva amarmos...
E neste item com rigor me apego,
Vendo a razão por que o amor é cego.
E se sofrermos por silenciarmos
Do abandono a dor sobeja e aguda,
Eis a razão por que a saudade é muda.
Bernardina Vilar
de 'Meus Versos'
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