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março 20, 2009
AGONIA MUDA
AGONIA MUDA
(Genaura Tormin)
Um tédio ambulante caminha pelo quarto,
Impregna o ar que circula,
Escorre pelas paredes solitárias.
Em tudo,
Um gosto amargo de dor.
Pasmada, permaneço imóvel.
Em cacos,
Desfaz-se o sentimento.
Indômita, ainda tento resistir.
Na tela indolor do tempo,
Não há bolo de despedida,
Apenas lágrimas que molham
Meu rosto assombrado,
Desenhado na mente fragilizada.
O silêncio se faz
Em súplicas inaudíveis.
E o cutelo da morte
Ameaça golpear-me a alma,
Matar o que restou de mim.
Perdidos,
Estarão os decretos do amor,
As confidências do que sou,
Do que fui...
Tudo,
Tão precoce!
Não há clemência,
Para tão dura sentença.
Agonizam em mim
Os estertores do fim.
Nem mais sei quem sou.
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