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março 03, 2021

TORRE

 
 TORRE

          Os ventos altos
         vindos das distâncias perdidas
         bateram a torre do meu corpo.
         Bateram a torre esguia e longa
         e puíram-lhe os ornamentos raros,
         desfiguraram-lhe a feição de beleza,
         como o mar milenário
         desastou as arestas vivas dos rochedos
         imemoriais.
         Não apagaram, porém, a lâmpada
         solitária e serena
         que ardia no silêncio...
         e os meus olhos, rosáceas claras, abertas
         para a paisagem
         do teu ser,
         ficaram coando sempre o clarão suave e leve,
         ficaram adolescentes
         para sempre...

Tasso da Silveira
De: Alegria do Mundo, 1940



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