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janeiro 10, 2021

A vigília do silêncio

 

 Apraz-me ouvir, às horas vespertinas, 
 Quando o ocaso desmaia o azul sidéreo,
 O longo cantochão das casuarinas 
 Na religiosa paz do cemitério. 

 As árvores, em múrmuras surdinas,
 De um rumor elegíaco e funéreo, 
 Falam de coisas mortas e divinas, 
 Veladas pelas sombras do mistério. 

 A perscrutar as vozes do arvoredo, 
 Na ânsia inquietante e céptica do sábio, 
 Tento, ó Morte! saber o teu segredo.

 Mas vejo, no alvo mármore das urnas, 
 O Silêncio com o dedo sobre o lábio, 
 Olhando as vagas solidões noturnas... 

 Da Costa e Silva

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