Saudades que avultais dia por dia;
Mágoas solenes, mágoas funerárias,
De esborcinadas ruínas solitárias
Que são os templos da Melancolia.
Arabescos de musgo, flores de era;
Tons de nevrose, tons finos e belos,
Desde brancura rútila dos gelos
À ardente floração da Primavera.
Ouvi a lenda desse olhar de sombra,
Onde acordaram vossas revoadas
Toda volúpia de uma estranha alfombra:
Vago, ele tinha, em longas penitências,
O silêncio das praias desoladas,
E esse vago martírio das ausências.
Silveira Neto,
in 'Luar de Inverno'
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Grata pela visita. Volte sempre!