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março 07, 2012

MADRUGADA


MADRUGADA

No seu leito de plumas alvejantes 
 Feito de nuvens brancas de algodão 
 O sol ainda dorme repousante 
Mergulhado na paz da imensidão.

O silêncio é completo. E ofegante 
 A madrugada se estremece, então;
 No sepulcral silêncio extasiante 
 Nem um gemido ecoa na amplidão.

A estrela Dalva vagarosa, lenta, 
 Brilha do espaço sideral da altura 
 Num gesto vislumbrante de magia.

E nesta apoteose se apresenta, 
 Da passarada, um coro de doçura 
 Que vem saudar o despertar do dia.

Bernardina Vilar
In ‘Bom dia, Saudade!’ (1995)

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