Tela: John Atkinson
ANALOGIA
Aos albores bucólicos da aurora
De púrpura é matizado o azul do espaço
E o arrebol tão rápido descora
O infinito, abrangendo em leve embaço.
Vem a neblina. A natureza chora
Um pranto como orvalho tênue, baço,
Mas um rasgão de luz se rompe agora
A terra acobertando num abraço.
Surge o sol, chega o dia e vai passando
Entre pouca alegria e muitas dores,
Sem uma trégua, o incansável tempo.
Nas brumas do passado assim jogando
As nossas ilusões em estertores
Da saudade em passivo desalento.
Bernardina Vilar
In ‘Bom dia, Saudade!’ (1995)
Agradeço sua visita.
Volte sempre e comente!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Grata pela visita. Volte sempre!