O CORTEJO
e então, seguíamos na longa caminhada
pasmos, lívidos ante a dor medonha...
e em nosso rastro, a solidão da noite
a nos contemplar, sombria e muda!
parecíamos zumbis, calados, tristes...
entre um suspiro e outro,
a dor se revelando... e a noite,
parecia só nossa, calma, cúmplice...
mas, nunca curva qualquer desse caminho,
pessoas em festa! um cão latindo,
crianças brincando! casais sorrindo!
gritos de alegria. Dança!
Eles não veem a nossa dor passar?
não sabem que o céu desabou sobre nós
e a terra se abriu e nos deixou sem chão?
Como podem viver, se a morte passa?!!!
e então, em meio à dor, o entendimento!
o inexorável, o inevitável fim,
vem para todos! mas naquele dia,
era a nossa vez, e a dor, só nossa!
regina helena
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