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julho 10, 2012

SE A SAUDADE QUE VEM É PASSAGEIRA...



Se a saudade que vem é passageira
E o amor é fogo a arder em breve instante,
Deixa que eu leve ao coração sangrante
Minha palavra amiga e companheira

Deixa que eu chore e sofra e ria e cante
E colha a paz na lágrima primeira,
Pois a loucura é como uma fogueira
Que me desvaira em música incessante.

Deixa que eu sofra nas corolas, ria
Nas madrugadas, me desfolhe em sinos,
E me perca no céu como no mar...

Deixa que eu me desfaça em melodia,
Que eu me alucine em risos de meninos,
Que eu me procure para não me achar!

Alphonsus de Guimaraens Filho
In Sonetos da Ausência

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