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outubro 23, 2009

Paula






Paula

Cigana, o teu dançar embala a vida,
o som do teu pandeiro anima o vento 
Teu negro olhar é luz que à paz convida,
no teu sorriso resplandece o firmamento 

Cigana, mãe querida, meu alento...
ainda me dói a dor da despedida.
min'alma não vê fim a esse tormento
Sem ti perdi meu porto de acolhida.

Contemplo o céu... Te busco... Onde andarás?
Em qual brilho de estrela, agora, estás?
Naquela que precede o Criador?

Por certo ELE te fez estrela guia,
pois foste essência pura da alegria,
a fonte do mais verdadeiro amor!

- Patrícia Neme -

outubro 16, 2009

'Dia de chuva'


'Dia de chuva'

Nunca mais esta chuva,
nem essa fresta de luz
sobre o penhasco,
nem na beirada
daquela nuvem...
Nem teu imóvel sorriso,
fugitivo...
Nunca mais esse momento
em que teus olhos
já me dizem adeus ...

Claribel Alegria
(Tradução livre por Maria Madalena)

outubro 14, 2009

Crepúsculo de mi misma



Crepúsculo de mi misma

El sol se levanta en un nuevo día:
- Los pájaros saludan el amanecer
Las flores y los ríos cantan
Las aguas parecen más cristalina
Y el vivir es más intenso!

Así fue mi vida.
Apasionada, jamás pensaba
Que en la soledad, podía ver
la salida del sol o las estrellas en el cielo !

Yo no tengo un nuevo comienzo!
En el crepúsculo de mi vida,
sin brillo, sin luz.
Los niños no cantan,
Y no hay transbordo en los ríos!

Los pájaros están volando en adiós ,
Como si no quisieran ver el final del día.
Como yo no quiero,
Nen puedo tolerar mi final ...

Regina Helena
Tradução de Maria Madalena

PARA ATRAVESSAR...


PARA ATRAVESSAR CONTIGO O DESERTO DO MUNDO

(Sophia de Mello Breyner Andresen)

Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei

Por ti deixei meu reino meu segredo
Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E abandonei os jardins do paraíso

Cá fora à luz sem véu do dia duro
Sem os espelhos vi que estava nua
E ao descampado se chamava tempo

Por isso com teus gestos me vestiste
E aprendi a viver em pleno vento

Onde me levas...


'Onde me levas, rio que cantei'

(Eugenio de Andrade)

Onde me levas, rio que cantei,
esperança destes olhos que molhei
de pura solidão e desencanto?
Onde me leva?, que me custa tanto.

Não quero que conduzas ao silêncio
duma noite maior e mais completa.
com anjos tristes a medir os gestos
da hora mais contrária e mais secreta.

Deixa-me na terra de sabor amargo
como o coração dos frutos bravos.
pátria minha de fundos desenganos,
mas com sonhos, com prantos, com espasmos.

Canção, vai para além de quanto escrevo
e rasga esta sombra que me cerca.
Há outra fase na vida transbordante:
que seja nessa face que me perca.


Canção breve


Canção breve

Tudo me prende à terra onde me dei:
o rio subitamente adolescente,
a luz tropeçando nas esquinas,
as areias onde ardi impaciente.

Tudo me prende do mesmo triste amor
que há em saber que a vida pouco dura,
e nela ponho a esperança e o calor
de uns dedos com restos de ternura.

Dizem que há outros céus e outras luas
e outros olhos densos de alegria,
mas eu sou destas casas, destas ruas,
deste amor a escorrer melancolia.


Eugénio de Andrade

outubro 13, 2009

Ocaso de mim...


Ocaso de mim...

Raia o Sol de um novo dia:
- Os pássaros saúdam a alvorada,
as flores se abrem e os rios cantam.

As águas parecem mais cristalinas
e o viver mais intenso!

Assim também foi a minha vida.
Amando loucamente não pensei
que um dia, sozinho, contemplaria
o amanhecer ou as estrelas no Céu.

Já não há um novo começo!
No ocaso da minha vida,
já não há brilho, já não há luz.
As crianças não cantam,
e nem os rios transbordam!

A passarada se despede em bandos,
como se não quisesse ver o fim do dia.
Assim como eu não quero,
nem posso, suportar o meu fim...

Regina Helena

“Sem esperanças”


“Sem esperanças”

A noite se aproxima,
e com ela, o vento frio da dor.

Nem sei o que mais temo,
se à noite, ou o novo amanhecer...

Tudo é igual...
Sempre a sensação de perda,
da falta de esperança
que para mim não renascerá,
pois já não há tempo...
Eu te perdi!

Dentro de mim te busco
desesperadamente,
na lembrança da tua pele
da tua boca,
do teu sorriso...

Mas só encontro o mesmo frio,
do medo e da solidão,
que preenchem o vazio
que você deixou.

Se eu pudesse,
transformaria essa dor em canto!
Um canto cheio de nostalgia,
de tristeza e desesperança...

Um canto de apenas três acordes:
- Dor, saudade e solidão!

Regina Helena

Sem você


Sem você

Como será a manhã
do desalento de ver você partir?
Como será esse caminhar
sem esperança?
Como será amanhã ao anoitecer,
quando as luzes se ascenderem
e já não tiverem brilho?
Como será o dia após a dor,
o dormir sem esperança,
o acordar sozinha?

Como vou fazer no amanhã?
Você me deu tantas diretrizes,
mas não me ensinou
como eu viveria sem você!
Planejamos tanto, amamos tanto!
E agora, o que me resta?
- Carregar a dor, olhar sem ver...
Suportar a vida sem você!


Regina Helena

Eu te amo...


Eu te amo...

Como um raio de luz que invade as trevas,
entraste em minha vida.
E eu, sobrevivente do medo e da dor,
reconheci em ti o meu anjo,
aquele me conduziria pela mão
para uma vida mais amena.

Chegaste de mansinho, timidamente,
e aos poucos, foste conquistando espaços,
até que te tornaste o dono de todos eles.

Substituíste com tua presença
a escuridão da minha vida pela luz da tua.

E eu, rica do teu amor e pobre de mim mesma,
apenas te dou a certeza do que,
sempre te amei... E te amarei
para todo o sempre!

Regina Helena

Pânico


Pânico

É pela noite que me chegas,
com a face da morte me enfrentas
e me arremessas num inferno,
num porão sem fim...

colocas-me a vida em cheque,
em minhas mãos... e me emudeces...
sem chance... louca e sem vida,
nem me deixas aniquilar a consciência!

Uma brincadeira cruel do meu destino,
morrer mil vezes em tuas mãos!
Não há para onde fugir... não há saida...

de que me valem mil horas de alegrias
se passo um só minuto contigo?
ou, que me adiantaria viver mil anos
se tivesse que ver tua morte uma única vez?

De que mundo vens, quem te criou?...
tu, que tens o poder de me deixar em pânico
e me levar à lividez das faces
ante à própria sensação de EXISTIR?!!!

Regina Helena

Sua presença tão Amada...


Sua presença tão Amada...

E banho-me nas gotas
Orvalhadas desse querer
Tão cúmplice nos momentos
Em que sua ausência
Machucava o olhar e
Lágrimas gritavam de
Saudade...

(®Cida Luz)

Gotas de amor...


Gotas de amor...

Sinto a brisa do
Seu amor acariciando
Meus desejos...
E no coração vestido
De esperança, sentimentos
Começam a sorrir...

Na leveza da paz, tristezas vão
Se definhando, cedendo lugar
Para alegria a muito
Almejada...

(®Cida Luz)

Ecos...


Ecos...

Foram palavras
Machucadas...
O coração ardeu diante
Da mágoa e a despejou
Na boca molhada por
Lágrimas...

E agora somente
O sussurro de um adeus
Ecoando na solidão...

(®Cida Luz)

Parte de mim...


Parte de mim...

Eu queria tocar aquele
Crepúsculo…

Eu pensava ser
Alguma parte da
minha
Solidão perdida
Em algum
Recanto triste...

Eu só queria trazê-lo
De volta
Ao meu peito,
Enquanto o admirava
Entremeio lágrimas
De uma saudade
Infinda...

(Cida Luz)

Pedaços

Pedaços...

Senti o amor esvaindo-se
No silêncio de uma
Saudade...

E no meu olhar,
Pedaços do coração
Molhavam-se,
Procurando abrigo
Na solidão...

(Cida Luz)