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março 20, 2009

REFÉM DE MIM MESMA


REFÉM DE MIM MESMA
(Genaura Tormin)

Encolhidos em mim,
Jazem as tristezas,
Os amores todos,
Os restos de afeto,
De aconchego, de ternura...

No meu casulo,
Minhas saudades
Abrandam e abrasam
Os desejos refreados,
Ainda molhados de sonhos.

As pedras feriram-me os pés!
Os laços foram desfeitos.
A caminhada revela
A fotografia singela
De um corpo mutilado,
Um coração machucado
E uma bandeira a defender.

Agiganta-se a fé
Nos credos que professo.
De aço me revisto inteira.
Sou refém de mim mesma.
Um soldado aguerrido
À frente da trincheira.

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